segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Tática falha, e `sósia de Dilma´ é derrotada em Juiz de Fora (MG) por aliado de Aécio

Margarida Salomão (foto) mudou o visual para ficar parecido com a presidente Dilma Rousseff (Foto: Divulgação)
A professora Margarida Salomão (PT), que ficou conhecida por tentar imitar a presidente Dilma Rousseff em busca de popularidade, foi derrotada pelo deputado estadual Bruno Siqueira (PMDB) na disputa em Juiz de Fora (283 km de Belo Horizonte). 

Siqueira é afilhado político do ex-presidente Itamar Franco e apoiado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e pelo governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB).

A  candidata do PT mudou o visual para ficar parecida com a presidente Dilma Rousseff no início da campanha. Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não atenderam os pedidos da candidata e não foram à Juiz de Fora para fazer campanha.

Por conta de o confronto ter sido com o PMDB, que integra a base aliada, Lula e Dilma restringiram suas participações na campanha aos programas de rádio e TV.

Ao longo da campanha, Margarida também teve que se defender  de um processo por improbidade administrativa, no final de setembro. As causas são suspeitas de irregularidades em obra da UFJF (Universidade Federal de Juiz de For a), realizada enquanto a petista era reitora da instituição, entre 1998 e 2006.

Margarida também disputou a Prefeitura de Juiz de Fora em 2008, chegou ao segundo turno, mas foi derrotada por Custódio Mattos (PSDB).

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), esteve por duas vezes em atos de campanha de Margarida para explicar a ausência de Lula e Dilma. "Não é a presença do Lula ou da Dilma que está em disputa. A pauta da eleição em Juiz de Fora é a nossa proposta de mudança contra a continuidade. O apoio dos dois é claríssimo e manifestado através da campanha de TV”, disse Falcão durante a campanha.

Fim de um ciclo
Com a vitória de Siqueira, a cidade encerra um ciclo iniciado em 1983 pelo ex-prefeito Tarcísio Delgado (sem partido) e que seguiu com o ex-prefeito Alberto Bejani (PSL) e o atual prefeito Custódio Mattos (PSDB), que se revezaram à frente da Prefeitura de Juiz de Fora nestes 30 anos.

No segundo turno, Siqueira recebeu apoio do senador Aécio Neves (PSDSB-MG) e do governador Antonio Anastasia (PSDB) e, mais discretamente, do prefeito Mattos, que deixa a prefeitura desgastado e com altos índices de rejeição.

O prefeito eleito também fez críticas à candidata Margarida Salomão (PT), que recebeu um golpe externo à campanha no fim de setembro, quando a Justiça Federal aceitou uma ação do Ministério Público e abriu processo por improbidade administrativa contra a candidata. As causas são suspeitas de irregularidades em obra da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), realizada enquanto a petista era reitora da instituição, entre 1998 e 2006.

O resultado das eleições confirma a tendência de crescimento na reta final da campanha de Siqueira. Ele apareceu à frente de Margarida na véspera da eleição do primeiro turno. Siqueira tentou se beneficiar da disputa entre a petista e o candidato  Custódio Mattos (PSDB) e passar a imagem de uma candidatura inovadora, distante da polarização entre PT e PSDB.

República do Pão de Queijo
Siqueira é afilhado político do ex-presidente Itamar Franco, que começou sua carreira política como prefeito da cidade. O pai do prefeito eleito, o ex-deputado Marcelo Siqueira, pertenceu à chamada República do Pão de Queijo, apelido dado à época para os integrantes da equipe de governo de Itamar que eram provenientes da cidade mineira. Os programas de TV de Siqueira mostraram as filhas de Itamar pedindo votos para o candidato.

Durante a campanha, Margarida, que no início da campanha mudou o visual e ficou parecida com a presidente Dilma Rousseff, manteve o discurso de que a candidatura de Siqueira seria um plano B do Palácio da Liberdade. "O rapaz rasgou a fantasia", afirmou a petista.

No programa de governo apresentado por Siqueira, a saúde encabeça a lista de 15 diretrizes traçadas pelo PMDB de Juiz de Fora. A ela seguem educação, segurança pública, mobilidade urbana e transporte, infraestrutura, desenvolvimento socioeconômico, esporte e lazer, meio ambiente, cultura, política social, agricultura, habitação, criança e adolescente.

O peemedebista ainda pretende criar programas específicos para a valorização do servidor municipal e projetos de apoio à população na terceira idade. Siqueira também propôs melhorar as condições de acessibilidade dos moradores de regiões periféricas da cidade, por meio da implantação de linhas de transporte coletivo. “Será política de Governo estudar, reestruturar e viabilizar soluções para melhorar as condições de acessibilidade dos moradores das várias regiões periféricas ao centro urbano através de redes de linhas de transporte coletivo", diz o programa de governo.

Bruno Siqueira, 38 anos, foi vereador na cidade, presidente da Câmara Municipal, e ganhou visibilidade política quando atuou para a queda do então prefeito Benjani, em 2007. Em 2010, foi eleito deputado estadual.

Fonte: UOL 

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