sexta-feira, 26 de outubro de 2012

`Por menos de US$ 500 mil eu não aceitaria´, diz dona da virgindade

Catarinense participa de um documentário que registra a preparação para a primeira vez (Foto: Arquivo Pessoal)
Catarina Migliorini, brasileira que fez leilão da virgindade, chegou a sonhar com uma primeira vez com amor. Porém, não tem receios de dizer que hoje se trata de um negócio. Em entrevista ao G1, após fechar o "negócio" de US$ 780 mil, o equivalente a mais de R$ 1,5 milhão, ela confirma que, apesar do motivo principal não ser o dinheiro, havia estipulado uma quantia mínina: "Por menos de US$ 500 mil dólares eu não aceitaria", conta.
Catarina é natural de Itapema, em Santa Catarina, e está na Austrália para participar de um projeto que prevê o leilão e a gravação de um documentário sobre a preparação para o momento.

O leilão iniciou no dia 15 de setembro, no site australiano "Virgins Wanted". Ele estava previsto para finalizar em 15 de outubro, mas o prazo foi prorrogado e os lances terminaram às 9h de quarta-feira (24).

Um japonês foi o autor da oferta mais alta. Sobre ele, apesar de não ter "medo" e nem ter ficado surpresa, ela ainda sabe muito pouco. "Sei que tem 53 anos e também tem bastante dinheiro, pois o Justin [produtor] investigou todos os possíveis vencedores do leilão. Apenas isso", diz.

Além disso, ela não descarta a possibilidade de não concretizar o negócio. "Por ora eu não penso em desistência, mas não posso afirmar o que pode acontecer daqui pra frente", argumenta.

De acordo com a garota, o ato estava previsto para ocorrer 10 dias depois do encerramento do leilão, dia 3 de novembro. Porém, ela está com uma viagem marcada para o Brasil, para participar de um evento no início do mês.

Se acontecer, a primeira vez de Catarina deve ser durante um voo que partirá da Austrália ou Indonésia para os Estados Unidos, para evitar problemas com a legislação de cada país. Entre as regras que devem ser obedecidas pelo ganhador está o uso de camisinha obrigatório. "Ele também não pode me beijar, não pode realizar nenhuma fantasia nem fetiche, nem usar nenhum brinquedo", explica ela. "O ato também não vai ser filmado", diz.

Confira a entrevista na íntegra:

Você ficou satisfeita com o resultado?
Catarina: Achei um bom valor, pois eu já havia dito para o Justin [produtor] que por menos de US$ 500 mil dólares eu não aceitaria, e o valor ultrapassou ao mínimo desejado.
 
Catarinense tem 20 anos e decidiu participar do leilão aos 18 (Foto: Arquivo Pessoal)

O que achou sobre ser um japonês?
Catarina: O fato de ser um japonês não muda em nada. Ele é o vencedor e isso não me surpreendeu, pois ele estava entre os primeiros. Eu fiquei admirada pelos lances daqueles que permaneceram calados durante quase todo processo do leilão, e, por fim, todos deram bons lances.

O que já sabe sobre ele?
Catarina:
 (Risos) Sei que tem 53 anos e também tem bastante dinheiro, pois o Justin investigou todos os possíveis vencedores do leilão. Apenas isso...

O que estava fazendo nos momentos finais do leilão? Sentiu medo?
Catarina:
 Eu não senti medo, mas fiquei acompanhando e narrando os momentos finais do leilão e isso foi emocionante sim, foi bem legal.

Qual vai ser sua rotina nos próximos dias?
Catarina: 
Eu devo permanecer na Austrália por algum tempo ainda, pois o documentário ainda não terminou.

A primeira vez já tem data? Vai ser mesmo no dia 3 de novembro?
Catarina: A data do momento ou dia ainda está sendo decidido, pois eu irei para o Brasil no começo de novembro participar de um evento, mas ainda não posso comentar a respeito.

A primeira vez vai ser mesmo em um avião, como você já havia dito? Como vai ser?
Catarina: 
Parece que em território como Nevada, nos USA [Estados Unidos], não há regras para isso e o espaço aéreo não é de ninguém. Como será o ato em si, eu realmente não faço ideia (risos).

O dinheiro do leilão ficará todo com você?
Catarina: Sim, será depositado direto na minha conta, antes de acontecer a primeira vez. Quando, não sei, mas provavelmente antes do dia do encontro, que ainda não está marcado.

Tem alguma chance de você desistir do leilão, mesmo encerrado?
Catarina: Por ora eu não penso em desistência, mas não posso afirmar o que pode acontecer daqui pra frente.
Não foi por dinheiro mesmo sua decisão em participar do leilão? 
Catarina:
 Não, a princípio o leilão era apenas suposições, sendo que poderia ou não acontecer ao fim do documentário, mas por fim decidimos fazer o leilão em meio às gravações por ser essa uma maneira de chamar a atenção da mídia em relação ao filme que virá posteriormente.

Qual é hoje a reação dos seus pais?
Catarina: 
Eu sinto que a mamãe já não está mais tão apreensiva ou nervosa com tudo isso. Estamos em contato diariamente. O meu pai não fala sobre esse assunto e só quer que eu curse a faculdade que ele considera importante. No mais, ele se dá o direito de permanecer calado e eu respeito muito isso.

Você ficou incomodada com a repercussão?

Catarina: Eu não achei que isso fosse ter tanta repercussão, afinal, foi bem na época das cidades brasileiras elegerem seus representantes para prefeito e vereadores, (assunto que eu considero da maior importância). Mas não, não fiquei incomodada, nem chateada, pois eu tinha certeza de que 90% iriam fazer críticas negativas e isso não me abalou. E como diria Oscar Wilde..."Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado." 
Como encarou o fato de ser chamada de garota de programa?
Catarina: Bem, primeiro que há muito preconceito em torno dessa frase "garota de programa". Como todos sabem, é uma profissão antiga e ao meu ver deveria ser legalizada e respeitada porque se tratam de pessoas e todo ser humano merece respeito, independente de qualquer coisa. Além do mais, há outras modalidades que se enquadram perfeitamente dentro desse contexto chamado "prostituição" e que muitos fingem não perceber como ...sexo sem afeto, sexo em troca de favores profissionais ou informações, sexo por dinheiro, fotos mostrando as partes íntimas do corpo, casamentos por interesse econômico, enfim, é tudo prostituição. 

Eu não estou querendo justificar nada, cada um é livre para fazer as suas próprias escolhas, mas tudo isso são fatos. Para aqueles que me comparam a uma garota de programa eu devo dizer que isso não me afeta em nada. Na Grécia Antiga, as prostitutas eram tidas como sagradas, eram inteligentes, cultas, ricas e bonitas e apenas elas podiam participar das reuniões com intelectuais e dar opiniões no Senado. Quem tem moral sobrando deveria leiloar também.

Fonte: G1

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